Por Cristiane Blanco
Bóris foi encontrado caminhando pelas ruas de SP num domingo frio e chuvoso. Caminhava como se fosse o passeio mais feliz de sua vida. Ao me abaixar, logo veio em minha direção, aparentemente feliz com a possibilidade de brincar. Como estava sem identificação e era muito pequeno, acreditávamos que estivesse perdido. Procuramos os responsáveis pelo filhote, mas não encontramos. Não queríamos acreditar, mas ele já apresentava sinais de abandono: estava infestado de pulgas, carrapatos e vermes. Logo iniciamos o tratamento e as vacinas…
Bóris, recém resgatado das ruas.
Como todo filhote, era alegre, brincalhão e com uma energia… Nossa ajudante em casa, sempre que se deparava com uma nova travessura do pequeno (como um controle remoto ou um telefone mastigado) dizia brincando: “agora eu entendo porque foi abandonado, kkkk”. NÃO, nada justifica o abandono!
Bóris trabalhando no consultório
Em visita especial de Carnaval com o INATAA
Como já era voluntária no Inataa, Bóris foi integrado ao grupo de filhotes para quem sabe se tornar um cão terapeuta. O filhote abandonado cresceu…. Hoje, aos 2 anos de idade (aproximadamente) faz a alegria dos clientes no consultório (sou Psicóloga Clínica) e dos assistidos nos trabalhos em que atua como voluntário no Inataa.
O abandono não tem cara, raça ou classe social. Precisamos nos conscientizar de que ao assumir os cuidados de um animal, somos responsáveis pelo que ele é e/ou se tornará para o resto de sua vida.
Espero que este depoimento ajude as pessoas a pensarem MUITO antes de adquirir um cão. Sim, ele foi um filhote travesso! Comeu coisas que não devia, estragou móveis e sapatos, pulou em pessoas…. tudo que um filhote travesso faz… Ele ainda é travesso! E essa é uma das características que mais amo nele. Ele nos ensina todos os dias a ser feliz!